Bom Dia.
“Eu fui enviado somente às ovelhas
perdidas da casa de Israel”.
Quarta – Feira 08 / 08 / 2018
Evangelho (Mt
15,21-28)
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação
do Evangelho de Jesus Cristo + segundo
Mateus.
— Glória a vós, Senhor.
Naquele
tempo, 21Jesus retirou-se para a região de Tiro e
Sidônia. 22Eis
que uma mulher cananeia, vindo daquela região, pôs-se a gritar: “Senhor, filho
de Davi, tem piedade de mim: minha filha está cruelmente atormentada por um
demônio!” 23Mas,
Jesus não lhe respondeu palavra alguma. Então seus discípulos aproximaram-se e
lhe pediram: “Manda embora essa mulher, pois ela vem gritando atrás de nós”.
24Jesus respondeu: “Eu fui enviado somente às
ovelhas perdidas da casa de Israel”. 25Mas,
a mulher, aproximando-se, prostrou-se diante de Jesus, e começou a implorar:
“Senhor, socorre-me!” 26Jesus
lhe disse: “Não fica bem tirar o pão dos filhos para jogá-lo aos cachorrinhos”. 27A mulher insistiu: “É verdade, Senhor;
mas os cachorrinhos também comem as migalhas que caem da mesa de seus donos!” 28Diante disso, Jesus lhe disse: “Mulher,
grande é a tua fé! Seja feito como tu queres!” E desde aquele momento sua filha
ficou curada.
— Palavra da
Salvação.
— Glória a
vós, Senhor.
UMA FÉ PERSEVERANTE Mt 15,21-28
Depois de Jesus ter
andado a espalhar pela Galiléia junto dos seus a chegada do Reino dos Céus, ele
decide-se a ir para terra estrangeira, para a região de Tiro e Sidon que fica
ao norte da Galiléia, no atual Líbano, uma terra estrangeira onde a maior parte
das pessoas eram não-judias, ao contrário da Galiléia, onde quase todos eram
judeus. Uma delas era esta mulher que foi ter com Jesus. Esta mulher, sem nome,
o evangelista Marcos chama-a de Síro-Fenícia, Mateus diz que ela é cananéia. Os
dois títulos têm o mesmo significado: é uma mulher estrangeira.
Ela tinha uma filha endemoniada. A mãe não sabia mais o que fazer para
livrar a pobre coitada daquele sofrimento. O demônio não deixava a menina em
paz em nenhum momento. A mãe da menina aproveitou que Jesus estava por ali,
chegou e gritou: “Jesus tenha pena de mim! Minha filha está horrivelmente
dominada por um demônio!” Ela conhecia Jesus de nome e sabia que Ele era muito
bom e tinha poder para mandar embora os demônios. A princípio, Jesus não falou
nada nem fez nada. Também não parou de andar para dar atenção à mulher. Mas ela
foi atrás dele gritando: “Jesus, tenha pena de mim!” Os amigos de Jesus
entenderam o sofrimento daquela mãe e pediram para que o Senhor a mandasse
embora. Jesus não mandou a mulher embora, mas fingiu que não iria atender o seu
pedido. Para provar a fé daquela mulher, Ele disse que curava gente de seu
país, e não gente de outro país.
A mulher movida de uma fé que ultrapassa a dos discípulos grita a Jesus:
“Tem compaixão de mim, Senhor, filho de Davi! Minha filha tem uma doença
maligna”. Jesus não responde. Os discípulos, incomodados, dizem-lhe: “Manda-a
embora, pois vem gritando atrás de nós”.
A mulher, porém, jogou-se aos pés de Jesus: “Senhor, ajuda-me!”. Jesus
insiste em não querer envolver-se no caso de uma estrangeira: “Não está certo
tirar o pão dos filhos, para jogá-lo aos cachorrinhos”. Ela, porém, apesar de
reconhecer que não tem esse direito insiste na sua humilde “súplica”: “É
verdade, Senhor, mas também os cachorrinhos comem as migalhas que caem da mesa
de seus donos”. Então, Jesus respondeu: “Mulher, grande é a tua fé! Seja feito
como tu queres”. E, a partir daquela hora, a filha da cananéia ficou curada.
A mulher cananéia é um modelo de súplica humilde, como o centurião de
Cafarnaum (Mt 8,5-13), e perseverante, como o cego Bartimeu (Mc 10,46-52). O
centro do episódio é Jesus. Ele aparece livre, sereno, firme. No mesmo capítulo
15 de Mateus, Jesus se distancia das tradições dos escribas e fariseus. No
episódio da cananéia, ele é pressionado pelos próprios discípulos para que
despeça a mulher importuna. Mas Jesus se deixa vencer pela súplica de uma mãe
angustiada. Não são os gritos da cananéia que o comovem, mas a perseverança da
sua fé. Por ser pagã, ela não teria direito, mas a sua filha foi curada por
pura graça. Jesus realiza um gesto soberano e profético, que anuncia o acesso
dos pagãos (chamados de “cães”, pelos judeus) à salvação.
A insistência e ousadia da mulher cananéia, fez com que Jesus atendesse
seu pedido e com isso provou para todos que em Deus não há diferença entre
cultura, cor, raça, credo ou região. Uma grande lição para levarmos para nossas
vidas é que precisamos ter uma fé teimosa, insistente, chata, daquelas que
chega a incomodar, que não desanima nunca, que não se frustra. Pois assim,
quando Deus provar a nossa fé, conseguiremos manter-nos firmes e fiéis. A
perseverança da fé dessa mulher deve nortear também a tua. Insista que Jesus
vai atender. A promessa é mesmo dele: Batei, e a porta se vos abrirá, buscai e
achareis. Exercite sua fé na oração, na reflexão da palavra e no testemunho de
sua vida.
Senhor, que eu seja mais sensível ao
sofrimento dos pobres desta terra, do que aos “direitos adquiridos” dos sábios
e entendidos! Que nas horas em que tu pareces não responder à minha súplica, eu
persevere, confiando na tua misericórdia.
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