Bom Dia.
“Quem se faz pequeno como esta criança, este é o maior
no Reino dos Céus.”.
Terça – Feira 14 / 08 / 2018
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do
Evangelho de Jesus Cristo + segundo
Mateus.
— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 1os discípulos aproximaram-se
de Jesus e perguntaram: “Quem é o maior no Reino dos Céus?” 2Jesus chamou uma criança,
colocou-a no meio deles 3e
disse: “Em verdade vos digo, se não vos converterdes, e não vos tornardes como
crianças, não entrareis no Reino dos Céus. 4Quem
se faz pequeno como esta criança, este é o maior no Reino dos Céus. 5E quem recebe em meu nome uma
criança como esta é a mim que recebe.
10Não desprezeis nenhum desses
pequeninos, pois eu vos digo que os seus anjos nos céus veem sem cessar a face
do meu Pai que está nos céus. 12Que
vos parece? Se um homem tem cem ovelhas, e uma delas se perde, não deixa ele as
noventa e nove nas montanhas, para procurar aquela que se perdeu? 13Em verdade vos digo, se ele a
encontrar, ficará mais feliz com ela, do que com as noventa e nove que não se
perderam. 14Do
mesmo modo, o Pai que está nos céus não deseja que se perca nenhum desses
pequeninos”.
— Palavra da
Salvação.
—
Glória a vós, Senhor.
FAZER-SE CRIANÇA PARA O REINO DO CÉU Mt
18,1-5.10
Para entender melhor a mensagem de
Jesus, é interessante criar mentalmente o contexto no qual aconteceu esta cena.
Certamente os discípulos estavam com Jesus na presença de uma pequena multidão.
Imagino Jesus observando o movimento das pessoas, algumas crianças acompanhando
os pais, algumas sentadas, outras inquietas, e todos esperando o momento em que
Jesus começasse a falar. Jesus então deve ter percebido que alguns discípulos
já vinham, há algum tempo, conversando entre si sobre como deveria ser o Reino
dos Céus. Jesus já havia contado várias parábolas sobre o Reino dos Céus, e já havia
incutido neles uma enorme vontade de entrar neste lugar maravilhoso, onde eles
poderiam ficar face a face com Deus. Agora, o lado humano desses discípulos
queria saber qual deles teria maior lugar de destaque no Reino, qual deles
seria o maior de todos. E antes de fazer a pergunta a Jesus, eles mesmos devem
ter discutido bastante sobre isso, e talvez chegassem até a brigar, antes de
chegarem ao ponto de perguntar ao mestre. Devemos observar que a pergunta que
eles fazem a Jesus é: “Quem é o maior no Reino dos Céus?” O evangelista Mateus
não chega nem a dizer qual deles fez a pergunta, e, além disso, tem o cuidado
de “melhorar” a pergunta, pois em outras passagens da Bíblia, a pergunta é até
mais direta: “Quem de nós sentará ao teu lado no Reino?” O que se pode deduzir
disso é que Jesus falava tanto e tão bem do Reino dos Céus, que os discípulos
fariam qualquer coisa para entrar nele, e com o maior destaque possível!!! A
imagem de Reino que eles tinham é a de um reino da terra, então era nessa
linguagem que Jesus poderia explicar. Com toda a hierarquia de um reino
terreno.
Quando
o discípulo fez essa pergunta, Jesus deve ter levado em consideração tudo isso,
deve ter percebido os olhares ao seu redor, e visto que todos esperavam
ansiosos por uma resposta que exaltasse o mais forte, ou o mais inteligente, ou
o mais religioso, ou alguma virtude que eles pudessem discutir quem seria o
mais “virtuoso” ou “qualificado” entre eles. O raciocínio rápido e inteligente
de Jesus tinha que encontrar uma saída que fizesse com que eles parassem de
brigar para ver quem era o maior entre eles, e foi uma saída de mestre a que
Ele encontrou. Chamou uma criança e disse exatamente o oposto do que seus
discípulos estavam preparados para ouvir: “Quem se faz pequeno como esta criança,
este é o maior no Reino dos Céus.” Com isso, Jesus acabou com a discussão dos
discípulos para saber quem seria o maior entre eles, pois agora eles deveriam
buscar serem pequeninos como uma criança. E Jesus ainda arrematou: “E quem
recebe em meu nome uma criança como esta, é a mim que recebe.” Jesus sabia que
seus discípulos o tinham como Filho de Deus e, portanto, como presença
garantida no Reino. Então agora eles teriam que buscar as qualidades de uma
criança, e tratar as crianças como se fosse o próprio Jesus. Mas poderíamos
interpretar “criança” com outra conotação: as pessoas simples e humildes, de
pouca formação religiosa e acadêmica, os excluídos e marginalizados da
sociedade.
Jesus
deu mais uma ordem: “Não desprezeis nenhum desses pequeninos” E depois uma
“ameaça”: “pois eu vos digo que os seus anjos nos céus vêem sem cessar a face
do meu Pai que está nos céus.” Em outras palavras, se eles desprezassem
qualquer pequenino, Deus iria saber na mesma hora, e não iria gostar nada
disso. Portanto, o lugar deles no Reino dos Céus estaria ameaçado!
Hoje
estamos celebrando a memória de Santa Terezinha. Ela nos dá uma explicação
muito simples e fácil de entender as palavras de Jesus: “Ser criança é
reconhecer seu nada, esperar tudo de Deus, como uma criancinha espera tudo do
pai; é não se perturbar com nada, não juntar fortuna” “Ser pequeno é também não
atribuir a si mesma as virtudes que pratica, julgando-se capaz de alguma coisa,
mas reconhecer que Deus coloca esse tesouro na mão de seu filhinho para que se
sirva quando precisar; mas ele pertence sempre a Deus”. “o elevador que deve me
alçar até ao céu são vossos braços, ó Jesus! Para isso, não preciso crescer;
pelo contrário, devo continuar pequena, devo sê-lo cada vez mais”. Para Deus
somos como filhos pequenos e amados, dependentes do Seu amor. Por isso, Ele
coloca os anjos em nosso auxilio. Aquele que se compreende pequeno, pecador,
ovelha fugida e necessitada, este é que é grande no reino de Deus. Não podemos
nos apegar à idéia de que ser criança é ser tola, (o) é ser infantil. Existe
uma diferença entre ser infantil e ser como as crianças. Ser infantil é ser
imaturo e recusar-se a assumir a plena responsabilidade pelas próprias ações.
Ser como a criança é assumir responsabilidade e ao mesmo tempo ser capaz de
entregar-se, de abandonar-se e ser dependente de alguém, ser autêntica, ser
transparente, viver as emoções. Ser infantil exige pouco esforço, mas é preciso
força para nos abrir às emoções como fazem as crianças. “Os atos infantis
afastam, enquanto que as ações próprias das crianças atraem”.
Como
você se sente aos olhos de Deus: grande ou pequeno (a)? Você já experimentou
ser como uma criança? Você acha que ser sábio nas coisas de Deus vai lhe ajudar
na sua salvação? – Você se sente dependente de Deus, abandonado (a) em Suas
mãos? Você é auto-suficiente? Em quem você confia?
A
lição prática que podemos levar para a nossa vida hoje é: fazer-se pequenino;
não desprezar nenhum pequenino; melhor do que se manter num lugar seguro,
tomando cuidado para não se perder, seria sair em busca dos pequeninos que se
perderam, e resgatá-los.
Pai poupa-me de cair na tentação de querer fazer-me
grande aos olhos do mundo, pois a verdadeira grandeza consiste em fazer-me
criança, pequeno, amigo e servidor do meu próximo.
Fonte https://homilia.cancaonova.com
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