Bom Dia.
“Em verdade vos digo, tudo o que ligardes na terra será
ligado no céu, e tudo o que desligardes na terra será desligado no céu.”.
Quarta – Feira 15 / 08 /
2018
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do
Evangelho de Jesus Cristo + segundo
Mateus.
— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo,
disse Jesus aos seus discípulos: 15“Se
teu irmão pecar contra ti, vai corrigi-lo, mas em particular, à sós contigo! Se
ele te ouvir, tu ganhaste o teu irmão. 16Se
ele não te ouvir, toma contigo mais uma ou duas pessoas, para que toda a
questão seja decidida sob a palavra de duas ou três testemunhas. 17Se ele não vos der ouvido,
dize-o à Igreja. Se nem mesmo à Igreja ele ouvir, seja tratado como se fosse um
pagão ou um pecador público.
18Em verdade vos digo, tudo o que
ligardes na terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes na terra será
desligado no céu. 19De
novo, eu vos digo: se dois de vós estiverem de acordo na terra sobre qualquer
coisa que quiserem pedir, isto vos será concedido por meu Pai que está nos
céus. 20Pois onde dois ou três
estiverem reunidos em meu nome eu estou ali, no meio deles”.
— Palavra da
Salvação.
—
Glória a vós, Senhor.
A JUSTIÇA DE DEUS NÃO SE CANSA DE NÓS Mt 18,15-20
Quero lembrar-te
que o fato de sermos “irmãos”, não nos isenta da possibilidade de enfrentarmos
divergências nos relacionamentos da família da fé, pois a irmandade não elimina
a nossa individualidade: temos diferenças de criação, formação, visão,
doutrina, teologia, liturgia, estratégia e outras que, sem desejarmos,
colocam-nos na situação de ofendidos por algum de nossos irmãos. Por isso, como
o pastor que procura a ovelha perdida, a justiça do Reino não se cansa e tenta
outra forma de aproximar quem errou: se ele não lhe der ouvidos, tome consigo
mais uma ou duas pessoas, para que toda a questão seja decidida sob a palavra
de duas ou três testemunhas. À primeira vista, tem-se a impressão de que
estaríamos fazendo um cerco em torno de quem errou. Mas essa atitude pode ser
vista sob a ótica da justiça do Reino, que tem como princípio fazer de tudo
para que o irmão não se perca. E se isso não der certo, toda a comunidade é
chamada a se pronunciar: caso não dê ouvidos, comunique à Igreja. E se, depois
de esgotados todos os recursos, depois de ter dado a quem errou a oportunidade
de ouvir o parecer de toda a comunidade é que a pessoa, por decisão de todos, é
excluída: se nem mesmo à Igreja ele der ouvidos, seja tratado como se fosse um
pagão ou um cobrador de impostos. Mesmo nesse caso a comunidade deve manter-se
em atitude prudente, dando uma chance em longo prazo a fim de que a pessoa se
arrependa e volte a ela. Antes de condenar ou excluir alguém, é preciso
aprender a justiça do Reino. E ter consciência de que os passos aconselhados
por Jesus não são normas rígidas, e sim um modo de agir que tempera com justiça
as relações entre pessoas. Em outras palavras, é preciso ser criativo no
esforço de recuperar quem erra e se afasta da comunidade. E o espírito que
anima essa tarefa não é o da exclusão, mas o da busca para reintegrar.
Tomar decisão de incluir ou excluir pessoas da comunidade não é tarefa
fácil, como pretendiam e faziam os chefes de sinagoga daquele tempo. É
necessário que tenhamos sempre em conta a advertência de Jesus: se a justiça de
vocês não superar a dos doutores da Lei e a dos fariseus, vocês não entrarão no
Reino do Céu. Para tanto, Ele dá algumas indicações, que passam pela
necessidade das pessoas se reunirem em nome dele, a fim de, mediante a oração,
chegarem a um consenso: se dois de vocês estiverem de acordo na terra sobre
qualquer coisa que queiram pedir, isto lhes será concedido por meu Pai que está
no céu. Pois onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou ali, no
meio deles.
É urgente que a comunidade esteja sempre ligada à Cristo pelo fato de na
comunidade existirem tensões entre os diversos grupos e problemas de
convivência: há irmãos que se julgam superiores aos outros e que querem ocupar
os primeiros lugares; há irmãos que tomam atitudes prepotentes e que
escandalizam os pobres e os débeis; há irmãos que magoam e ofendem outros
membros da comunidade; há irmãos que têm dificuldade em perdoar as falhas e os
erros dos outros. Somente estando em permanente sintonia com Jesus que nos
convida à simplicidade e humildade, ao acolhimento dos pequenos, dos pobres e
dos excluídos, ao perdão e ao amor que conseguiremos vencer. Aliás, com Jesus e
pela força da oração tudo pode ser mudado. Só assim seremos uma comunidade
verdadeiramente família de irmãos, que vive em harmonia, que dá atenção aos
pequenos e aos débeis, que escuta os apelos e os conselhos do Pai e que vive no
amor do Filho, animada pelo Espírito Santo.
Ninguém pode viver a fé de qualquer modo ou abandoná-la quando passar
por aflições. As primeiras comunidades cristãs enfrentavam algumas dificuldades
de correção fraterna, onde os mais humildes eram vítimas da falta de
tolerância. E Jesus vem ensinar o jeito de nos reconciliar com os outros e
ajudá-los a se reconciliar. Esse é o caminho que todos nós e nossa comunidade
devemos percorrer. Não existe comunidade sem diversidade, nem diversidade sem
divergência. Quando esta for detectada, os passos pessoais e comunitários
precisam ser responsavelmente tomados na certeza de que é possível construir
uma convergência em Deus que proporciona: unidade para ligar como discípulos da
comunidade de Jesus somos autorizados a ligar a “terra ao céu”, tudo fazendo
para que a vontade de Deus prevaleça sobre a vontade do homem; unidade para
acordar a autoridade que deve estar associada a uma espiritualidade que nos
impulsiona a estabelecer parcerias de oração e acordos sobre dificuldades
no relacionamento para as quais creremos sinceramente que o Pai seja capaz de
sanar. Isto exige de nós a unidade para experimentar a presença de Jesus.
Construído e vivenciado o acordo terapêutico pela oração, Jesus assegura a Sua
presença em nosso meio.
A experiência cristã evidencia
que, muitas vezes, não temos nenhum controle sobre o que fazem conosco, mas
temos o controle sobre como reagiremos ao que nos foi feito. Percorrer o
caminho que vai da tristeza da ofensa para a experiência da plenitude da
presença restauradora de Jesus, este é o grande desafio da comunhão da Igreja
que precisamos buscar diligentemente! Assim haverá harmonia e paz, concórdia e
vida abundante entre nós.
Fonte https://homilia.cancaonova.com
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