COR LITÚRGICA: BRANCO
23ª Semana do Tempo Comum - Sábado
“Mulher, este é o teu filho”. “Esta é a tua mãe”.
Evangelho do Dia
Evangelho (Jo 19,25-27)
— O Senhor
esteja convosco.
— Ele está
no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.
— Glória a
vós, Senhor.
Naquele tempo, 25perto da cruz de Jesus, estavam de pé a sua mãe, a irmã
da sua mãe, Maria de Cléofas, e Maria Madalena. 26Jesus, ao ver sua mãe e, ao lado dela, o discípulo que
ele amava, disse à mãe: “Mulher, este é o teu filho”. 27Depois disse ao discípulo: “Esta é a tua mãe”. Daquela
hora em diante, o discípulo a acolheu consigo.
— Palavra
da Salvação.
— Glória a
vós, Senhor.
TUDO ESTÁ CONSUMADO... Jo
19,25-27
ão João nos
apresenta o texto da crucificação do Mestre. E nele duas figuras se destacam:
Maria, a Mãe de Jesus e João, o discípulo amado. Como ontem, continuamos hoje
refletindo sobre a realidade da Cruz. Antes de Jesus, a cruz era
vista como um instrumento de castigo, de humilhação, de condenação dos
criminosos. Porém, o fato de Jesus, o Filho de Deus ter sido crucificado deu à
cruz um sentido novo: deixou de evocar a condenação e a morte, para significar
exaltação da vida. E esta mudança radical da maneira de se ver a cruz foi por
causa da vida de Jesus. Jesus, pela sua existência impecável só fazendo o bem e
anunciando a Boa Notícia para a nossa salvação, aceitou a morte de cruz, e isto
demonstrou a sua fidelidade ao plano do Pai em relação ao Filho, Cordeiro
imolado pelos nossos pecados e para a nossa salvação. Nela ficou patente que
Deus era o Senhor único e exclusivo da vida de Jesus, e que nenhum fariseu ou
escriba foi suficientemente forte para desviá-lo do caminho traçado pelo Pai.
Jesus, apesar de ter pedido ao
Pai no Horto das Oliveiras que o livrasse daquele cálice amargo, deixou,
contudo, que se realizasse a vontade desse mesmo Pai. Por isso Jesus não
vacilou e enfrentou o martírio de cruz com cabeça erguida, até o final em que
disse: “Pai tudo está consumado, a
Ti entrego o meu espírito”. Por outras palavras, diríamos
que tinha chegado a hora d’Aquele que se fez contar
entre os ladrões para salvar a todos. Ele não teve outra sina senão a Cruz.
Assim Jesus Cristo, tido como um criminoso, carregou a sua cruz e tendo chegado
ao cimo da montanha foi pregado nela.
Uma característica importante do seguidor de
Jesus é a perseverança, ou seja, o compromisso de vida que se prolonga no
tempo, vencendo as crises. Quando Jesus pede para: “permanecer em mim e eu
nele” (Jo 6,56; 15,4) ou “permanecer no meu amor” (Jo 15,9) expressa uma
sintonia profunda, uma comunhão de mente e de coração. Este é o sentido da
imagem da videira e dos ramos (15,1-11). Como também: “Se vocês permanecerem na
minha palavra, serão verdadeiramente meus discípulos. Vocês conhecerão a
verdade, e a verdade fará de vocês pessoas livres” (cf. Jo 8,31s). Jesus
promete: “Se vocês permanecerem em mim e as minhas palavras permanecerem em vocês,
peçam o que quiserem, e o Pai lhes concederá” (Jo 15,7). Na primeira epístola
de João também se diz desta atitude de vida: “Quem pretende permanecer nele,
deve também andar no caminho que Jesus andou” (1 Jo 2,6).
Manter-se junto à cruz expressa a atitude de
estar em sintonia com Jesus, exercitando a fé no momento de crise da morte e de
sua passagem para o Pai. Maria, as mulheres e o discípulo amado são os que
perseveram neste momento crucial. Permanecem com Jesus e em Jesus. É certo que
este momento significou um grande sofrimento para Maria. Mas, parece que
perseverar assume mais importância do que sofrer.
Qual é o sentido do encontro de Maria com o
discípulo amado, ao pé da cruz? Não é resolver um problema de família, ou seja,
quem iria tomar conta da mãe de Jesus depois da morte dele. Nesse momento tão
importante da cruz, João quer nos dizer algo mais. Ele deixa impresso na
memória de todos os cristãos que Maria não é somente a mãe, que concebeu,
gestou, deu à luz, nutriu e educou Jesus. Novamente, ela é chamada de “mulher”,
como em Caná (Jo 2,4 e 19,25). Seu lugar está além dos laços de sangue e das
relações familiares. Por vontade de Jesus, Maria é adotada como mãe pela
comunidade cristã de todos os tempos. O discípulo amado, que representa a
comunidade, recebe-a como mãe. E Maria é investida nessa nova missão. Acolhe os
membros da comunidade cristã como seus filhos.
Que Maria
me acolha como filho bem amado do seu Filho afim de que, olhando para a glória
que me está reservada no Céu, carregue a minha cruz todos os dias. E quando
chegar a minha hora eu diga como Jesus: Pai tudo está consumado, a
Ti entrego o meu espírito.
FONTE https://homilia.cancaonova.com
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