quinta-feira, 5 de outubro de 2017

ESCURA E FORMOSA MARIA



A Esposa que é a imagem de Maria diz, no livro dos Cânticos: “Sou escura e formosa, filhas de Jerusalém” (Cf. Ct 1,5). A própria Virgem Maria, Esposa do Espírito Santo, assim revelou-se na singela imagem de Aparecida, surgida das águas do Rio Paraíba.
Escura pelos homens e formosa pela graça! De fato, Maria revela-se numa imagem escura, porque é a Mãe de todos os viventes da nova criação da qual Jesus Ressuscitado é o primogênito. Portanto, a cor escurecida da imagem, mostra que Ela reveste-se da humanidade frágil e acolhe em si todos nós, pois é Refúgio dos pecadores. Por outro lado, Maria é formosa, cumulada pela graça de Deus e redimida desde a sua concepção, “foi plasmada pelo Espírito Santo e formada como uma nova criatura.” (Cf. CIC, 493).
Mãe de Deus e da humanidade, na pequena imagem de Aparecida, de mãos postas em oração, Maria intercede por todos nós. Fazendo-se pequena com os pequenos, impregnada de humildade, Aparecida é uma resposta dos céus em favor dos oprimidos e escravizados, é um resgate da dignidade da pessoa humana, é um presente a esta nação, “Deus ofereceu ao Brasil a sua própria Mãe” (Papa Francisco). Ela olha por nós, nos acolhe sorrindo, intercede em nosso favor.
Toda plena da graça de Deus, Maria vem em nosso auxílio, reveste-nos dessa graça e, da rede dos pescadores, conquista o coração do povo brasileiro. Primeiro o corpo e depois a cabeça! Maria assim nos ensina que a força da unidade gera comunhão, destrói os muros que nos separam, liberta da opressão, nos leva a estender as mãos, a partilhar o pão, a fazer-se um com o irmão.
No jubileu dos 300 anos da pesca milagrosa, recordemo-nos que da profundeza das águas, emerge a esperança diante das redes vazias e Deus chega de maneira inesperada: numa pobre imagem de barro! Barro do qual nós somos feitos. Maria é toda de Deus e tão humana. Nela Deus visita o seu povo, vindo com as vestes da fraqueza, da pobreza e da pequenez.
Maria é a nossa esperança de libertação, diante de um mundo que faz do dinheiro o seu deus. Como rezamos na oração jubilar, Ela nos diz que “para o Pai não existem escravos, apenas filhos muito amados”, é um “sinal de benção”, “peixes em abundância”, “famílias recuperadas”, “saúde alcançada”, “corações reconciliados”, “vida cristã reassumida”.
Por fim, que ao contemplarmos na Imagem de Aparecida, um Deus que se faz solidário para conosco, que cuida de nós pelas mãos de Maria, saibamos também ser solidários para com os nossos irmãos e irmãs reconhecendo em nossos semelhantes, a presença do bendito fruto que Maria nos dá: Jesus Cristo nosso irmão e salvador.



Seminarista Bruno Alexandre de Andrade.

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