quinta-feira, 7 de abril de 2016

A Misericórdia vai além da Justiça

Estamos no ano jubilar da Misericórdia e Jesus no convida: “sede misericordiosos como vosso Pai celeste é misericordioso” (Lc 6,36). No segundo domingo da Páscoa vivenciamos o domingo da misericórdia. A misericórdia é um dos atributos de Deus. Como vamos traduzir a palavra misericórdia, senão como aquele que tem um coração misericordioso, que sente dor de entranhas, que tem um amor entranhado, amor materno. Deus tem um amor entranhado por todos nós, especialmente pelos mais pequeninos. A palavra misericórdia aparece mais de 250 vezes na Bíblia. (Ef 2,4-6), Deus que é rico em misericórdia, por causa de seu grande amor com que nos amou. Sua misericórdia se estende de geração em geração (Lc 1,50). Jesus Filho de Davi tem compaixão de nós (Lc 18,38). Olhemos para Jesus e observemos seu comportamento diante dos pecadores e doentes. Em  (Jo,8,1-11) a adúltera apresentada à Jesus para ser apedrejada: Onde estão os que te condenaram? Nem eu te condeno vai e não peques mais. Na pessoa de Jesus Cristo, Deus revela sua face amorosa e nos convida a sermos misericordiosos.

Bem-aventurados os misericordiosos porque alcançarão misericórdia (Mt 5,7). Somos todos peregrinos nesta terra, temos a mesma dignidade. Todos são chamados a ser santos.  Esse é o nosso tempo, o tempo é sacramento de salvação, é nesse tempo que Deus quer nos salvar. É nesse tempo que devemos amar a Deus no próximo. A graça dada depende de Deus, mas a graça recebida depende de nós, já dizia alguém. Lembremos que Deus sempre pode nos abençoar. Mas a recepção da graça não depende dele, mas de cada um de nós.

Vamos abrir nossos corações. Aproveitemos esse ano da misericórdia para buscar as indulgências para sanar o estrago do pecado em nossas vidas. Vamos aos santuários em peregrinação, passemos pela porta santa, confessemos nossos pecados, vamos receber a Eucaristia e rezemos pelas intenções do papa Francisco e da Igreja e façamos uma obra de misericórdia. Eu estava com fome, era estrangeiro, estava nu e me vestistes etc. Nesse tempo Pascal deixemo-nos tocar pela misericórdia de Deus.

sexta-feira, 1 de abril de 2016

A história da Festa da Divina Misericórdia

Jesus Misericordioso
Era o ano de 1931. Recém-recuperada de uma tuberculose, a irmã Maria Faustina Kowalska havia voltado ao convento na cidade de Plock, na Polônia. Fazia um inverno rigoroso. No dia 22 de fevereiro, irmã Faustina recebeu a primeira visita do próprio Jesus: ele aparecera para ela em todo o seu esplendor e majestade em seu próprio quarto.

A irmã, em silêncio, fixou o olhar surpreso no Senhor. Espantada, começou a sentir aos poucos uma progressiva e vibrante felicidade. Então Jesus lhe disse:
— Pinta uma imagem de acordo ao modelo que estás vendo, e acrescenta a inscrição: “Jesus, eu confio em vós”. Desejo que esta imagem seja venerada primeiramente na vossa capela e depois no mundo inteiro. Prometo que a alma que venerar esta imagem não perecerá; prometo também já aqui na Terra, a vitória sobre os inimigos e especialmente na hora da morte eu mesmo defende-la-ei.

Diante de Faustina estava o Cristo vestindo uma túnica branca, com a mão direita levantada a fim de abençoar e a esquerda pousava sobre o peito fazendo com que da túnica, levemente aberta, deixasse sair dois grandes raios, um vermelho e o outro pálido. Explicou Jesus:

— Os dois raios representam o sangue e a água; o raio pálido representa a água que justifica as almas; o raio vermelho significa o sangue que é a vida das almas. Ambos os raios jorraram das entranhas da minha Misericórdia, quando na cruz o meu coração agonizante foi aberto pela lança.

E o Senhor continuou:

— Estes raios defendem as almas da ira de Meu Pai; feliz aquele que viver à sua sombra, porque não será atingido pelo braço da justiça de Deus. Desejo que o primeiro Domingo depois da Páscoa seja a festa da misericórdia.

Santa Faustina
Por não saber pintar, Faustina solicitou ajuda das irmãs de seu convento, contudo não recebeu nenhum auxílio.No fim de maio de 1933 Faustina foi transferida para Vilnius para que trabalhasse no jardim e cultivasse a horta. Ela permaneceu na cidade por 3 anos (até 1936). Pouco depois de chegar a Vilnius, Faustina encontrou o Padre Sopoćko, o recém-nomeado confessor das freiras do convento e professor de teologia na Universidade de Vilnius.

Quando Faustina fez sua primeira confissão com Sopoćko, ela lhe contou sobre sua conversa com Jesus e sobre a missão da qual estava incumbida. Depois de algum tempo, Sopoćko insistiu que Faustina fosse submetida a uma avaliação psiquiátrica completa pela Dra. Helena Maciejewska ao que foi declarada completamente sã. Depois disso, Sopoćko teve confiança em Faustina e passou a assisti-la em seus esforços. Ele aconselhou-a a escrever um diário para que registrasse as mensagens que recebia e conversas que tinha com Jesus. Faustina contou a Sopoćko sobre a imagem da Divina Misericórdia e em janeiro de 1934 ele a apresentou ao artista plástico Eugene Kazimierowski que era também professor na Universidade de Vilnius.

Foi apenas em Vilnius, três anos depois de ter tido a visão que a incumbiu da missão de produzir o quadro da Divina Misericórdia, que Faustina conseguiu que, sob sua orientação em conjunto com Padre Sopoćko, o pintor Eugene Kazimiroski realizasse a pintura do quadro. Esta seria a única imagem da divina Misericórdia que Faustina conheceria. O quadro foi finalizado em junho de 1934 e sua imagem venerada publicamente em Ostra Brama entre 26 e 28 de abril de 1935, sendo a primeira imagem feita representando o Senhor da Misericórdia. Entretanto, a imagem que tornou-se famosa no mundo inteiro foi realizada pelo pintor Adolf Hyła, feita em agradecimento pela salvação de sua família da guerra.

Em 30 de abril de 2000, Faustina é canonizada pelo Papa João Paulo II. Em maio do mesmo ano, o mesmo Papa instituiu, conforme o pedido de Jesus à Santa Faustina, o segundo domingo de Páscoa como a Festa da Divina Misericórdia.

Promessas da Divina Misericórdia

1 - Pela veneração da imagem, a alma que venera essa imagem não perecerá;

2 - Pela imagem, a alma será defendida como glória de Cristo;

3 - Pela imagem, terá um vaso com o qual pode buscar graças na fonte da Misericórdia;

4 - Pela imagem, a alma que vive à sombra [dos raios da Misericórdia] não será atingida pelo braço da justiça de Deus;

5 - Pela Hora da Divina Misericórdia, nada será negado à alma que o peça pelos méritos da Sua Paixão;

6 - Pela Divulgação da Divina Misericórdia, durante toda a vida, a alma será defendida por Cristo como uma terna mãe defende seu filhinho e, na hora da morte, Ele não será, para elas, Juiz, mas o Salvador Misericordioso;

7 - Por se aproximar da Fonte da Vida no dia da Festa da Divina Misericórdia, alcançará perdão total das culpas e das penas;

8 - Pela Novena, as almas apresentadas a Cristo (as mencionadas na novena) receberão força, alívio e todas as graças de que necessitam nas dificuldades da vida e, especialmente, na hora da morte;

9 - Pelo Terço da Divina Misericórdia, serão envolvidas pela Sua Misericórdia durante a sua vida e, de modo particular, na hora da morte;

10 - Pelo Terço da Divina Misericórdia, Cristo se compraz em dar tudo o que Lhe peçam;

11 - Pelo Terço da Divina Misericórdia, os pecadores empedernidos (quando o rezem) terão suas almas preenchidas de paz, e a hora da sua morte será feliz;

12 - As almas que recorrem à Divina Misericórdia e as almas que a glorificam e anunciam, na hora da morte, serão tratadas de acordo com a Sua infinita misericórdia.